terça-feira, 28 de novembro de 2006

Almoço com amigos no mundo bizarro

Ficção. Qualquer semelhança com situações reais é mera coincidência.
Personagens:
Vel: Baixinha e redonda. Meio atrapalhada. Vive derrubando coisas. Tímida e insensível. Sente-se perdida nesse mundo de homens.
Dadinha: Desbocada e insolente. Faz o tipo "gentileza é o caralho". É a mais velha do grupo mas faz questão de parecer mais nova.
Paulista: Executivo de finanças. Frustrado. Nunca acertou a jogada para ficar milionário. Extremamente organizado. Usa gel no cabelo.
Uê: Um gentleman. Mesquinho. Dono de mentalidade pequeno burguesa e de um fusca azul bebê que ele chama de "Possante".

Cena 1 - Restaurante

Vel: - Putz. Tá cheio, né?!
Recepcionista: - Vcs querem bolinho de bacalhau enquanto esperam?
Paulista: - É de grátis?
Uê: - De graça ela não te dá nem sorriso!
Dadinha: - Ô gentileza!
Paulista: É de grátis, meu! Tá incluído no bufê.
Todos: - Ah, é!
Recepcionista (pensando): Por que esse engomadinho não tira o olho do meu decote?"
Vel: - Paulista, como era mesmo aquela história do veneno do sapo?
Paulista: - O meu amigo falô que tomou o negócio duas vezes. Na primeira ele mudou de emprego. Na segunda ele pegou uma mulerão que só vendo.
Vel: - Ah, eu vou experimentar esse negócio. Tô precisando...
Uê: - Como assim "precisando"? Não acredito!
Vel: - Ué, tô precisando! Todo mundo tá precisando. Já até perguntei pro meu terapeuta...
Dadinha: - Qual deles? O da psicanálise ou o do templo?
Vel: - Do templo, claro.
Uê: - Terapeuta do templo?
Vel: - É um Shaman siberiano que eu conheço. Conheci através da Rebu.
Uê: - Sei... Aquele da história do tambor...
Dadinha: - Vambora, todo mundo. Tá todo mundo meio deprimido mesmo.
Uê: - Lá vem vcs com esses papos cabeça!
Dadinha (segurando o riso): - Cabeça? Qual delas?
Uê: - Bina!
Vel: - Vcs agora tão falando em código?!
Dadinha: - Esse doido agora deu p me chamar de caminhoneira. Imagina: Sula Miranda! Mas o maior caminhoneiro aqui é ele mesmo! Bino!
Uê: - Certo. E todos são testemunhas que eu é que inverti as cabeças...
Recepcionista (solícita): - Desculpem a demora. Acabou de vagar uma mesa, vamos entrar?
...

Na mesa

Garçom: - Bebidas senhores?
Paulista: - Ocê tem suco de que?
Enquanto o garçom desfia uma lista interminável de opções é interrompido por Dadinha:
- Eu quero um de hortelã com abacaxi.
Paulista: - Eu também.
Dadinha: - Ai, eu peguei a mania dele. Hortelã com abacaxi!
Garçom: - E a Srta?
Vel: - ...
Dadinha: - Uê, você tá paquerando a Vel?
Uê (envergonhado): - Tô esperando a Vel me liberar a consciência para pedir um chope!
Dadinha (jocosa): - Seja homem!
Vel: - Vai me dá um chope...
Uê: - Dois!
Paulista e Dadinha levantam-se para se servirem.
Uê: - Olha que bonitinho. Dois "hortelãs com abacaxi". E agora se servindo juntos...
Vel: - Imagina só!
Uê: - Eles bem que combinam...
Vel: - É. A Dadinha é uma figura.
Uê: - E o Paulista, nem precisa de apresentações. Figura carimbada.

Na sobremesa

Uê: Paulista, conta aí a história da massagem.
Paulista: - Cês não sabem! Aconteceu de novo!
Dadinha: - O que?
Paulista: - Fui na massagista e ela começou a arrotar enquanto me fazia massagem!
Uê: - Ah não! De novo? Era a mesma?
Paulista (inconformado): - Não. Era outra.
Dadinha: - Como assim, de novo?
Paulista (vermelho de vergonha): - Tinha uma outra mulé que arrotava porque não digeriameus conceitos. Agora essa outra fez igual. E disse que podia ser pior.
Vel (mal segurando o riso): - Pior?
Paulista: - É porque se não arrotasse podia ter saído por baixo. Ou então ela ia inchar!
Uê (em meio a gragalhadas): - Imagina a cena: a massagista, de repente, começa a subir feito um balão!
Paulista: - É por isso que eu vou no sapo!
Dadinha: - Para curar flatulência?!?
Uê: - Sula!
Dadinha: - Ah, não! Quem falou de gases foi o Paulista! Me poupem!

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