terça-feira, 28 de novembro de 2006

De serviços e vaselina

Quanto mais rica a sociedade maior é a oferta e a demanda de serviços.
Pois, então, primeiro massificamos a produção. E enriquecemos. Por outro lado, passamos a produzir porcaria. E pra vender porcaria só dando uma vaselinada antes, né?! Daí a necessidade de mais serviços.
No futuro, boa parte dos trabalhadores serão empregados na atividade de passar vaselina.
O problema é que passar vaselina é mais complicado do que trabalhar numa linha de produção. Precisa de talento.
Serviço não dá pra estocar. Nem verificar a qualidade antes de consumir. Ou seja, pra passar veselina com qualidade é preciso passar direito, com um sorriso no rosto. Não tem como errar, apagar tudo e tentar de novo depois.
Outro dia utilizei os serviços de uma cia aérea. Nenhuma dessas de que se fala todo dia. Genérica.
O avião voava direitinho. O destino chegou sem susto. Mas não dá pra dizer que o serviço ajudou...
Não fosse a minha companhia no vôo, a viagem teria sido ruim.
Michellen. Era o nome da aeromoça.
Logo na chegada Michellen deixou claro que não estava muito contente. A mocinha do check-in tinha dito que não havia janela disponível. E quando chegamos no avião, surpresa (!), meu assento era na janela. A má notícia era que ficava na saída de emergência. Mas como adoro voar, fico igual criança quando ando de avião, pra mim tudo bem desde que fosse janela.
Como não consigo me controlar, fiz um comentário besta dando a entender que tinha medo de voar, (logo eu!) e, pior ainda, de operar a saída de emergência.
Foi o que bastou pra Michellen botar as unhas de fora. Só faltou me chamar de bebê chorão. Aliás, acho que ela chamou! E, pelo resto do vôo, Michellen foi sarcástica comigo. Acho que ofereceu babador quando serviu o sanduíche!
Passei a me referir a ela como Michellen, the stewardess from hell!
Comprei um presente pra Michellen. Achava que a encontraria na volta. Mas não. Nunca mais a vi.
Uma pena. Comprei uma garrafinha miniatura de uma cachaça chamada "Na Bunda" pra ela. Pretendia dizer: "E aí, Michellen, vai Na Bunda?"
Pelo jeito Na Bunda pra Michellen nada.
Vai ver que era por isso o mau humor. Faltou Na Bunda!
Vejam só que coisa. Mudei o sentido de determinação usual.
Faltando Na Bunda, passar vaselina fica mais difícil.
E vice-versa!
Naturalmente!

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial