terça-feira, 28 de novembro de 2006

Limites

Em viagem recente cruzei limites. Atravessei a fronteira entre estados. Mudei de clima: litoral, cerrado e caatinga. Saí do raio de cobertura do meu celular. Trabalhei mais do que devia. Perdi a confiança. Enraiveci-me. Entediei-me.
E de todos os limites que atravessei, incrível, não notei nenhum.
Da fronteira, marcada no mapa, na estrada não havia sinal. Aliás, da estrada, por vezes, também não havia sinal.
O clima mudou mas não sei bem quando. Não havia placas.
Do celular recebi notícia quando já era tarde. Tecnologia alemã não funciona no sertão.
Aparentemente só eu percebia meu cansaço. Quem por pouco me mantinha por lá queria cada réstia de atenção que pudesse ter.
Soube depois que já naquela data a confiança que inspirava era pouca e perdi a minha. A própria e a empenhada.
Nada do que pretendia alcancei.
Nada do que queria pude fazer.
Entre mortos e feridos, nos salvamos todos.
Mas qual o propósito?
Viver, afinal, é um meio para um fim? Ou é um fim em si mesmo?
Se for um meio me falta fim. E vice versa.
Limites existem.
Os conceituais são fáceis de entender.
Para os outros é preciso bem mais que mapas.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

"Limites são para ser respeitados num primeiro momento, desafiados num segundo e rompidos num terceiro.... para que se estabeleçam novos limites, mais amplos, mais desafiadores, mais recompensadores quando, enfim, forem quebrados.... e novos limites estabelecidos..."

Li isso certa vez, lembrei agora lendo o seu texto. Beijos e obrigada pela sua visita e comentário, fiquei emocionada!

7:47 PM  

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